A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) curável que afeta cerca de 12 milhões de pessoas no mundo. A sífilis congênita ocorre quando a doença é transmitida da mãe para o bebê, durante a gestação ou no momento do parto. A condição é grave e pode se manifestar logo após o nascimento, ou alguns anos depois.
O que é sífilis congênita?
A sífilis congênita é uma doença transmitida durante a gestação via transplacentária, da mãe infectada para o bebê. A transmissão pode ocorrer também no parto, quando a mulher está com lesões na região genital, causadas pela bactéria da sífilis, a Treponema pallidum.
A infecção é bastante frequente em mulheres que não realizaram o tratamento da sífilis ou foram inadequadamente tratadas. A transmissão para o bebê pode ocorrer em qualquer momento da gestação, e resultar em malformação fetal, aborto espontâneo, natimorto, prematuridade, sequelas neurológicas e, em casos mais graves, óbito após o nascimento.
Por isso, é indispensável fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal. Quando o resultado for positivo, ou seja, reagente, a mulher e seu parceiro sexual devem buscar imediatamente a melhor forma para tratar a doença corretamente, e assim evitar a sífilis congênita.
A gestante deve ser testada pelo menos em três momentos:
- Primeiro trimestre de gestação;
- Terceiro trimestre de gestação;
- Antes do parto ou em casos de aborto.
A sífilis congênita é uma doença grave, capaz de se manifestar logo após o parto, alguns meses depois ou após os primeiros dois anos de vida da criança. Dessa forma, pode ser classificada como precoce ou tardia.
O risco de transmissão vertical, isto é, da mãe para o bebê, é de 70% a 100% na sífilis primária, 40% na sífilis precoce e 10% na sífilis tardia.
Sífilis congênita precoce e principais sintomas
A chamada sífilis congênita precoce se manifesta em crianças com menos de dois anos de idade, especialmente durante os três primeiros meses de vida.
Os primeiros sintomas da doença precoce para o bebê são:
- Prematuridade;
- Baixo peso ao nascimento;
- Aumento anormal do tamanho do fígado;
- Rinite com coriza serossanguinolenta;
- Pele e olhos amarelados;
- Manchas vermelhas com descamação da pele;
- Sofrimento respiratório com ou sem pneumonia;
- Inflamação e inchaço dos gânglios linfáticos;
- Lesões cutâneas, ósseas e oculares;
- Alterações neurológicas, com crises convulsivas;
- Anemia.
Sífilis congênita tardia e principais sintomas
Já a sífilis congênita tardia é aquela que aparece após os dois anos de idade, com malformações ou cicatrizes causadas pela forma precoce.
Os principais sintomas da sífilis congênita tardia são:
- Úlcera gomosa;
- Alterações ósseas;
- Alterações dentárias, como dentes superiores deformados;
- Surdez neurossensorial;
- Dificuldade de aprendizado, ou retardo mental.
Como é feito o tratamento da sífilis congênita?
Assim que a doença for detectada, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível. Ele é feito através de injeções de penicilina e a duração varia de acordo com o risco de infecção do bebê. O tratamento mais longo pode durar até 14 dias.
A penicilina benzatina é o único medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical, ou seja, de passar a doença para o bebê.
Sífilis congênita tem cura?
A sífilis congênita tem cura apenas quando o tratamento é feito logo após o diagnóstico. Com o passar do tempo, complicações graves podem ocorrer, não sendo mais possível curar a sífilis congênita.
Como prevenir a sífilis congênita?
A única forma eficaz de prevenção se dá quando a mãe inicia o tratamento durante a primeira metade da gravidez. É importante realizar todas as consultas de pré-natal, sendo no mínimo seis, para identificar possíveis infecções durante a gestação ou no parto.
A primeira consulta de pré-natal deve incluir a realização do teste sorológico VDRL ou RPR. Caso o teste dê positivo, o tratamento deve ser feito tanto na mãe quanto em seu parceiro. O uso da camisinha também é indispensável para prevenir a sífilis durante a gravidez.
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